Por Cátia Oliveira
O 'Arraiá' do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Tereza Noronha animou a tarde da última segunda-feira (30), no bairro do Janga. A celebração contou com muito forró, ciranda, comidas típicas e uma quadrilha junina improvisada, embalada pelo trio musical que garantiu a alegria dos participantes entre usuários do CAPS, familiares, profissionais de saúde da instituição e convidados das residências terapêuticas.
A festividade, que encerrou o calendário de comemorações juninas, é uma iniciativa da coordenação do CAPS em conjunto com a Coordenação de Saúde Mental da Superintendência de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde de Paulista.
De acordo com Kátia Silene Félix, gerente da unidade de saúde mental, a participação de todos foi um grande momento de confraternização e reencontro. “É muito bonito ver todos participando de um momento deste de festa, com descontração, além de ser emocionante rever antigos usuários, que tiveram um importante quadro de melhora, e que agora vêm nos visitar para prestigiar a atividade e cair no forró”, ressaltou.
A estudante Juliana Virgínia da Costa, que já esteve em tratamento na unidade, destacou a presença crucial do CAPS frente ao quadro de adoecimento pelo qual passou. ‘Quando cheguei aqui estava com crises nervosas, depressão e outros problemas, não tinha sequer vontade de comer. Foi bem difícil o início do tratamento, mas com o passar do tempo meu quadro foi melhorando com a ajuda de todos os profissionais daqui. Por mim, ficaria sempre perto de todos que ajudaram na minha recuperação. E quando fui convidada pra o Arraiá, fiquei tão feliz, por poder vir reencontrar tanta gente que gosto tanto", disse Juliana, revelando que parou os estudos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), mas pretende retomar aos poucos, pois no futuro deseja estudar Psicologia.
Maria de Jesus Fernandes, que há um ano faz tratamento na instituição, chegou ao CAPS por conta de quadros de depressão e ansiedade. Ela contou que à época, não tinha vontade sequer de sair de casa, de falar com ninguém, até de viver. “Cheguei aqui através do agente de saúde e de exames com o clínico. Tinha plano de saúde e depois, perdi tudo. Também não tenho mais família viva, somente um filho que está com muitos problemas, mas felizmente consegui vir me tratar pelo SUS. Gosto muito dos profissionais daqui, da psicóloga, do psiquiatra e dos tratamentos que me ajudam bastante. Estava estudando na Educação de Jovens e Adultos (EJA), tinha parado e voltei com o apoio e os tratamentos do pessoal que me acompanha aqui no CAPS”, destacou.
“O trabalho daqui do CAPS é realizado por uma equipe multiprofissional que inclui médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, entre outros que trabalham de maneira articulada com a rede de saúde e de assistência social do município, pois é importante salientar que a condição psíquica que o usuário apresenta ao chegar está atrelada, muitas vezes, a diversos atravessamentos, como questões sociais, interpessoais, além de familiares”, disse a psicóloga do Tereza Noronha, Dayanne Quintela.
De acordo com a profissional, a equipe do CAPS Tereza Noronha avalia de maneira conjunta o quadro do usuário, indicando o tratamento mais adequado para cada caso. Conforme a psicóloga, o objetivo principal é oferecer cuidado integral em saúde mental, buscando a reabilitação psicossocial e a reinserção social do indivíduo a partir de seu protagonismo e autonomia.
O CAPS Tereza Noronha funciona das 8h às 17h, com atendimento contínuo às pessoas em sofrimento psíquico, especialmente aquelas que precisam de acolhimento integral, inclusive durante a noite, quando é realizado o atendimento de grupos terapêuticos. O serviço oferecido pelo município promove atendimento interdisciplinar, disponibilização de medicação, oficinas terapêuticas, atividades de reintegração social e suporte às famílias, funcionando como uma alternativa à internação hospitalar.
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