Por Renata Luna
Com o objetivo de promover o diálogo, fortalecer a consciência crítica dos adolescentes e incentivá-los a buscar apoio em profissionais e espaços confiáveis disponíveis na rede pública, a Secretaria de Saúde do Paulista promoveu, nesta sexta-feira (13), a palestra com o tema: “Saúde e Educação Sexual na Adolescência: gravidez precoce". A atividade foi voltada aos estudantes do 8° e 9° ano, da Escola Municipal Manoel Gonçalves da Silva, em Maranguape I.
A iniciativa faz parte do Programa Saúde nas Escolas (PSE), em parceria com a Coordenadoria de Saúde da Criança e do Adolescente e a Coordenadoria de Saúde da Mulher do município. A palestra foi conduzida por Alice Amaro, coordenadora do Programa Saúde da Mulher no município, que trouxe à tona assuntos fundamentais para o público jovem, como prevenção à gravidez na adolescência, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e situações de violência.
“Eu achei a palestra legal. Gostei muito do que foi falado. É importante esse tipo de conversa para ajudar a evitar certos problemas. Tem muitos adolescentes que não têm noção do perigo que correm, principalmente com relação à gravidez precoce. Então, acho que esse tipo de informação serve para todo mundo, tanto para meninos quanto para meninas. É sempre bom estar informado e saber como se prevenir”, disse o estudante Guilherme Rafael, do 9° ano.
“Esses alunos já têm contato com vários assuntos abordados nas palestras, mas o que eles realmente precisam é de uma orientação segura, técnica e responsável. Dizer que eles estão desinformados não é totalmente justo, eles têm acesso a muita coisa, mas não da forma adequada. Às vezes, por falta de diálogo em casa, por curiosidade ou mesmo pela falta de conhecimento dos próprios pais, os adolescentes acabam buscando respostas por caminhos errados. A gravidez na adolescência é um exemplo claro disso: uma consequência que pode surgir justamente da ausência de orientação adequada. Nosso papel, além de ensinar conteúdos, é também educar para a vida. E a educação sexual é um dos pilares que acreditamos ser fundamentais na formação dos nossos estudantes”, disse o gestor da Escola Municipal Manoel Gonçalves, Saulo Guimarães Santos.
“Ações estratégicas como essa, envolvendo diversos atores, escola, unidade de saúde, Coordenação de Saúde da Mulher e Coordenação de Saúde da Criança e do Adolescente, fortalecem nossa atuação como promotores da saúde. Nosso objetivo é garantir que adolescentes tenham acesso a informações confiáveis, orientando-os sobre comportamentos responsáveis e riscos. Dessa forma, contribuímos para uma população mais consciente e preparada para as consequências de suas escolhas na qualidade de vida futura”, enfatizou a coordenadora do Programa Saúde na Escola, Rúbia Simões.
“Trata-se de um assunto de grande relevância, principalmente diante do aumento significativo dos índices de gravidez entre jovens de 15 a 19 anos no Brasil. A iniciativa reforça o papel da escola como ambiente de formação integral, onde temas ligados à saúde, ao respeito e à responsabilidade também fazem parte do processo educativo”, finalizou a coordenadora do Programa Saúde da Mulher no município, Alice Amaro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 16 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos engravidam por ano, sendo 95% em países de baixa e média renda, e 2,5 milhões têm menos de 16 anos. No Brasil, em 2024, a taxa de gravidez na adolescência é de 53 por mil — acima da média mundial de 41 por mil. Embora tenha havido uma queda média de 18% entre 2019 e 2022, o número de nascimentos entre adolescentes ainda é alto e preocupante.
Fotos: Renata Luna/ Thayanne Santos